sou eu a cor escrava
e o amor que lhe faltava
a presença que lhe adentrava
o assunto que eu escolher
sou eu a beleza noturna
e o bem que lhe abortava
a pena que sempre acoitava
seu peito torto a doer
sou eu o pez negro
a humana juntada da viveza
dos morros e das correntezas
por onde procure saber
sou eu o tudo apagado
tudo escondido, tudo guardado
tudo pedido, tudo encontrado
o prólogo pressentido
o meio comprometido
e o remate despreocupado
sou eu a crença latente
crença presente, crença seqüente
crença crescente, crença pungente
a partida prevenida
a passagem descabida
e a ida abducente

[escrito na oportunidade de falar a luri o que ela merece em seu aniversário! hoje, 16.10.09]