quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

:: me deixa


não quero você por perto
não quero o que acho que é certo
como o falso prazer em apertar sua mão

já suei demais por seu riso
quando na verdade pouco preciso
dele e de sua forçada e crível encenação

finja que me conhece pouco
faça-se de idiota e me faço de louco
porque esse teatro desgasta meu coração

quero seu silêncio de presente
esconda de vez seus fartos dentes
acho que alguém aí precisa de correção

viva intensamente o que gosta
invés de colecionar falsas amostras
pelo vil propósito de ser a grande atração

me deixe de banda
me deixe esquecido
me deixe banido
me larga, se manda

me deixe sozinho
me deixe de lado
me deixe falado
mas sai do caminho

me deixe quieto
me deixe anônimo
me deixe sinônimo
de seus desafetos

e, quiçá, em um dia confuso
se faça amistoso seu sorriso obtuso
e se arrependa por tudo que o fez ser vão