quarta-feira, 5 de agosto de 2009

:: graúna

acorda-me ainda meio no escuro
canto alto, entremeio graves notas
e me responda, porque o procuro
sigo cantando em idas e voltas

entre assobios e arroubos de sons
vibro, sem querer, escuras asas
um quarto de metro do chão
vôo curto por cima das matas

ah, graúna, assim que me chama
meu corpo negro, brilhosa plumagem
liberdade, que na caatinga reclamo
procuro buritis, pinheiros, pastagens

acolhe-me ente folhas de bocaiúva
ave doce, reinventada em henfil
amiga de orelana, saudade da chuva
tráfico nas terras desse imenso brasil

nem macho, nem fêmea, nem identificado
se é gaudério, maria-preta ou chopim
parece com tudo em beirais de telhados
graúna! você que me chama assim









3 comentários:

Dan disse...

Uiiiiiiiii.
Eu já quero é entender TUDO isso.
Enfim...
Eu TE chamo de MEU REALEJO e ponto final.
Humptf.
Beijosss e que dificuldade esse, heim?

... disse...

:: ok, depois a gente conversa sobre isso, lindúria!

Daniela Ambigua Carvalho disse...

Menino, me senti no meio do sertão vendo o amanhecer...